quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A Choreta unindo as diferenças


Gostaria de dedicar este espaço à todos os formandos (2008.1) do Curso de Geografia da Universidade Federal de Pernambuco. Dia este, onde tive a oportunidade de falar em nome da turma sobre a história do período de formação, dos então graduandos, e tecer alguns comentários pertinentes da Choreta... =P
Para os que não puderam estar presentes, eis o discurso:
"Em Geografia aprendemos que os problemas que afligem a sociedade, sejam de ordem ambiental ou social, ocorrem num dado ponto do território. Investigar as causas da localização destes fenômenos, entender suas relações no espaço geográfico, monitora-los e prever seu comportamento, são deveres do geógrafo, variando conforme seu tema de estudo. Propor novos usos do território, objetivando minimizar os problemas sócio-ambientais e restaurar o homem em sua dignidade, são compromissos éticos do profissional da geografia, seja ele licenciado ou bacharel.
O curso de geografia da UFPE oferece escolhas quanto à forma de atuação do profissional da geografia na sociedade. Através da licenciatura, com a missão de despertar a consciência do cidadão e seu papel na mudança social através de cada lugar. Através do Bacharelado, onde objetiva-se a elaboração de mecanismos de investigação e explicação de fenômenos ambientais e sociais - os mais diversos, bem como mecanismos de planejamento e gestão do território.
A turma, que ora cola grau, optou pela geografia com objetivos variados, dos mais politicamente e/ou cientificamente engajados, aos mais despretensiosos. Contudo, o choque destas diferentes perspectivas e das diferentes personalidades dos então graduandos, conduziu à formação e organização de relações de profundo respeito e amizade.
Na descontração de conversas informais ou nas discussões acadêmicas e políticas, mais acaloradas, construiu-se a cada momento, a cada período, a cada trabalho de campo, uma amizade cada vez mais forte e segura, sem preconceitos, imbuída de um sentimento de confiança mútua, de coletividade, de solidariedade cotidiana. Independente de renda, cor ou crença, este sentimento encontrou no alegórico termo “choreta” sua melhor acepção, sua melhor representação.
Foi na “choreta” que a turma do “tudo pelo social” reabriu o Diretório Acadêmico, fechado havia dois anos; foi “choretando” que conhecemos o Nordeste nos trabalhos de campo; na “choreta” foi que aprendemos a lidar com os professores mais exigentes e a partir daí, movimentamos o departamento com organização de eventos, palestras e seminários.
Da “choreta”, que uniu as diferenças de uma turma tão variada, construímos nossa graduação, escolhemos nossos caminhos, redefinimos muitos de nossos valores e de nosso caráter. Na “choreta” refizemos nossa condição e nossas visões de mundo. Sobre as bases sólidas de uma amizade ilimitada e, acima de tudo, irreverente, nos modificamos uns aos outros, permanecendo unidos até o final.
A consciência geográfica de que é possível sim, agir para mudar o mundo e que, nossos atos no presente sejam apenas a escolha de futuros possíveis, encontrou no bom humor da nossa turma, as bases para encarar os problemas do mundo como eles devem ser encarados: com coragem, sabedoria e acima de tudo com muito amor, e senso de coletividade E é claro, UMA BOA DOSE DE CHORETA.
Gostaríamos de agradecer aos nossos pais, familiares e amigos. Aos nossos professores e funcionários da Universidade Federal de Pernambuco. Às instituições de fomento pela concessão de bolsas de iniciação científica. Agradecemos às pessoas de Alexandre Hanois Falbo e Luciano Siqueira pelo acolhimento e apoio e a todos que participaram de alguma forma em nossa caminhada."

Um comentário:

Mariana Tiné disse...

Eu perdi... mas adorei o texto!
MOrro de inveja pq na minha colação nao teve nada disso =]

Bjoo!!